Aconteceu na tarde desta quinta-feira, 25 de setembro, reunião pública na Câmara de Vereadores de Capão da Canoa que tratou sobre a causa animal.
O objetivo do encontro foi promover um espaço de diálogo com especialistas, entidades e comunidade a fim de debater os avanços conquistados e os desafios existentes na política de bem-estar animal na comunidade de Capão da Canoa.
Na ocasião, a secretária de Bem Estar Animal de Santa Cruz e ativista da causa, Bruna Moltz, fez um relato de sua experiência. “ Quando iniciei nesta luta era bem diferente, hoje temos muitos avanços e o engajamento da sociedade. Em Santa Cruz do Sul, não havia ações em benefício dos animais. Resolvi concorrer a vereadora e cito um exemplo de um cão que estava abrigado em um canil no CTG e que seria sacrificado devido a seu estado de saúde. Consegui fazer com o cão fosse tratado e ele se recuperou e eu o adotei.” Disse.
A secretária informou que o combate aos maus tratos é um dos aspectos importantes da sua pasta. “Conseguimos implantar na cidade um cartório especializado na Delegacia de Polícia contra maus tratos e na Secretaria temos, inclusive fiscais de maus tratos que atuam, juntamente com a Polícia Civil, em casos que são denunciados e incentivamos os registros de boletins de ocorrência. Também realizamos licitação para que uma clínica veterinária prestasse atendimento para urgências e emergências 24h e implantamos um Centro de Bem Estar Animal onde recebemos animais. O espaço comporta 180 animais e sempre está lotado com animais resgatados e que são encaminhados para adoção e conta com 4 veterinários,8 operários de limpeza e 2 estagiários de medicina veterinária. Também temos o serviço CastraPet, serviço móvel de castração.” Disse Bruna que apoiou a chegada de um curso de medicina veterinária da UNISC.
Bruna Moltz citou a questão de animais silvestres como gambás, bugios, entre outros, e falou sobre um convênio do município de Santa Cruz do Sul com o Zoológico de Cachoeira do Sul para atendimento e destinação destes animais.
O delegado de polícia de Capão da Canoa, Marco Swirski de Sousa, disse que a Polícia Civil atua após a ocorrência na apuração dos fatos. “ Temos dificuldade em laudos de médicos veterinários e de encaminhamento dos animais para locais adequados. Necessitamos do auxílio da comunidade na verificação das denúncias devido a efetivo reduzido e grande demanda de crimes diversos. Procuramos orientar as pessoas durante as verificações de denúncias e em caso de maus tratos comprovados cumprimos lei, inclusive com prisão.” Disse o delegado.
O comandante da Patram, tenente Zanini disse ter uma preocupação com animais domésticos e silvestres em cativeiro. “ Temos uma demanda muito grande e trabalhamos em conjunto com protetores. Atendemos diversos municípios e procuramos auxiliar a sociedade que busca este atendimento do serviço público. A Patram tem dificuldades em atendimento em determinados momentos, principalmente na identificação de maus tratos e para isto é necessário um técnico especializado, como médico veterinário.” Disse o tenente.
A vereadora de Xangri-Lá, advogada e ativista da causa animal Mari Lavieja salientou que desde 2014 busca melhores políticas públicas nesta área. “ Dirigi o Departamento de Bem Estar Animal de Xangri-Lá e em 2021implantamos, em um container, o escritório de atendimento que deve se mudar para um local melhor em breve. A castração é uma das ações principais e para isto o município licitou uma clínica veterinária para castração de animais de rua e em vulnerabilidade.” Disse Lavieja.
A vereadora citou a necessidade combate a esporotricose, doença que ataca os gatos e pode ser contraída pelos humanos e que hoje está se disseminando muito rapidamente. “ Os animais precisam de tratamento e o município de Xangri-Lá está enfrentando este problema, onde em uma sala com gaiolas os gatos são tratados com os remédios adequados com recursos destinados pelo Gabinete do Prefeito.” Falou.
O presidente do Legislativo, vereador Eduardo Sarmento citou o problema de animais de grande porte e muitos deles soltos nas ruas como equinos e bovinos. “ Com o início da chipagem e recolhimento dos animais em Capão da Canoa conseguimos amenizar o problema, pois havia o recolhimento somente de animais soltos e depois recolhemos animais atropelados e em outras situações. Até hoje, em Capão da Canoa já foram recolhidos mais de 500 animais. Cabe a nós, homens públicos, promover ações para diminuir os problemas da causa animal, mas há a questão de recursos que são escassos e cada vez os municípios tem mais atribuições e não recebem por isto. Precisamos captar recursos e temos que criar formas de buscas estas verbas. E não podemos apenas criar depósitos de animais, mas locais dignos. “ disse o presidente.
A veterinária do Centro de Controle Zoonoses de Capão da Canoa Emanuele Cezar falou sobre a atuação do setor. “ Nossa estrutura conta com o Canil Municipal, Centro de Castrações e Centro Administrativo, temos 7 servidores e 2 médicos veterinário, além da coordenadora. Esta unidade é responsável pela vigilância e controle de zoonoses com atribuições fixadas pelo Ministério da Saúde sendo elas educação, vacinação, diagnósticos laboratoriais, controle da população de animais, gerenciamento de resíduos, recolhimento e transporte de animais, cuidado dos animais recolhidas e destinação adequadas deste animais, entre outras.” Disse, a veterinária também citou algumas zoonoses que existem em Capão da Canoa e citou que a esporotricose é um dos principais problemas e que há o atendimento no Centro com tratamento e que atualmente 8 gatos estão em tratamento.
O vereador Cristian Machado destacou a importância de destinação de recursos no orçamento público. ” Estamos em período de elaboração e análise das leis orçamentárias para 2026 e é nelas que devemos colocar nossos esforços para que a causa animal tenha recursos para ser eficiente.” Nós, vereadores, podemos destinar emenda impositivas à causa animal.” falou Cristian
Houve também a participação do público que se fez presente lotando o plenário e expuseram inúmeras situações que acontecem no dia a dia, além de fazer cobranças por ações mais eficientes do poder público.